A
educação à distância possui peculiaridades que se diferem de forma brusca do
ensino presencial. Para começar com a formação mais auto-didata, claro,
acompanhada de tutores e uma diversidade de conteúdos predispostos para
auxiliar no processo da educação à distância. Em uma sala de aula, o professor
precisa abordar os alunos de forma direta, e seu conteúdo deve alcançar o
máximo do entendimento possível de quem aprende. No ambiente virtual, o tutor
tem um papel crucial no sucesso do aluno, intervindo, dialogando, sugerindo e
aprendendo junto com o aluno, que, por sua vez, deve ter autonomia e disciplina
para se manter no processo.
Minha
familiaridade com a educação à distância era praticamente nula. Eu conhecia
ambientes virtuais de três universidades, mas todos eram utilizados também para
o ensino presencial, tendo os ambientes apenas como um banco de dados. Para
mim, a educação à distância não passava de uma diversidade de conteúdo em vídeo
e texto, um cronograma e a autonomia do aluno. Entretanto, ao participar do VII
Percursos Formativos em Docência do Ensino Superior como tutor de uma oficina
geral, percebi que, embora a autonomia do aluno seja um ponto importante, o
papel do tutor é ainda mais importante.
Bandeiras do Percurso Formativo Discente - GIZ/PROGRAD/UFMG |
Quando
aceitei a proposta para ser tutor de uma oficina no percurso docente, não havia
uma motivação relacionada ao processo de tutoria propriamente dito. Quanto à
tutoria, existia em mim um pouco de medo, mas a motivação real era o
aprendizado do conteúdo da oficina em questão. Fui chamado para ser tutor da
oficina de Moodle 2.5, plataforma utilizada pela UFMG para educação à distância
e semipresencial. Uma oficina sobre a plataforma a qual ela é ministrada. Antes
de ser chamado para participar como tutor, eu tinha em mãos um projeto de uma
oficina de Planejamento de Jogos Digitais, para o Percurso Discente (PDU), que
já estava nos seus primeiros passos de produção. Como eu não sabia exatamente
como funcionavam os percursos e as oficinas para o ensino à distância, vi no
processo de tutoria da oficina Moodle 2.5 uma oportunidade de aprender a
ferramenta básica de construção da minha oficina e métodos diferenciados para
tornar a oficina mais interessante e didática.
Mais
do que tutor, eu era aluno.
Banner da oficina para o VII Percurso Formativo de Docentes para o Ensino Superior |
Durante
o percurso e as intervenções no ambiente virtual, percebi que a educação à
distância pode ser muito mais conexa ao aluno em relação ao presencial. Não há
tanto pudor, os alunos se ajudam, há horizontalidade nas discussões e o sistema
é fluído. Eu, um aluno de graduação, era tutor de uma oficina para docentes e
alunos de pós-graduação.
Apesar
da proposta de ensino à distância, encontros presenciais ou mais próximos (por
outras vias como Skype ou telefone, por exemplo) podem e devem acontecer se
necessário. A oficina de Moodle 2.5 tinha previsto um encontro presencial, e
aquele momento, especificamente, foi, para mim, o evento mais importante
durante a oficina. Junto com os professores ali presentes, pude observar
realmente a visão dos professores quanto à utilização da plataforma e conversar
diretamente com eles sobre como tornar o ambiente virtual mais palatável para o
aluno e mais didático. Não basta entender as ferramentas do ambiente virtual
somadas a um tutor para um bom desempenho da oficina ou da disciplina no
sistema. A estrutura do conteúdo deve ser pensada, as palavras guias e como o
conteúdo é apresentado em sua ordem são extremamente importantes para o aluno
se organizar, se interessar e aproveitar o máximo da disciplina.
Infelizmente,
eu não participei de todo o processo do percurso docente. Meu papel se encerrou
junto com a oficina geral. Durante a semana de feedback, oficinas
contextualizadas e seminários, minha participação foi indireta e ausente
justamente pelo meu engajamento na produção da oficina de Planejamento de Jogos
Digitais para o PDU e a produção de um jogo em andamento no GIZ. Sendo assim,
eu não posso avaliar diretamente o impacto da avaliação dos percursistas quanto
ao meu trabalho, mas fico lisonjeado com o apoio e carinho demonstrado pela
equipe que me acompanhou no percurso. Apesar de todos os elogios, sei que devo
melhorar em diversos pontos, e pretendo refletir essa experiência no PDU com a
execução da minha oficina.
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